sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Mãe, Tom Cruise não quer sair do armário!!

Num episódio do desenho South Park onde é criticada a seita Cientologia, Tom Cruise, cientólogo de carteirinha, se tranca no armário de Stan Marsh quando este, apontado como a reencarnação do fundador da seita, diz para o ator que não gosta de seus filmes. A partir daí, várias pessoas tentam tirar Tom Cruise do armário, entre elas John Travolta, que acaba se trancando com Cruise. Sua ex-mulher, Nicole Kidman, aparece no desenho brigando com ele: “Você nao acha que isso já foi longe demais? É hora de você sair do armário. Você nao está enganando ninguém”. (grifo meu)

Depois de assistir esse episódio, eu vejo a seguinte matéria na FolhaOnline: "Tom Cruise vence prêmio Bambi por papel de herói alemão" (grifo meu).

É ou não é pá rí?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

"Um país se faz com homens e livros."

Hoje me emocionei ao passar em frente à TV, quando passava o eterno "Sítio do Pica-Pau Amarelo", obra imortal do não menos Monteiro Lobato. Não porque aquilo tivesse me remetido à dourada infância de fins dos anos 80 e iniciozinho dos 90, tempo ido quando ainda se respeitava os professores, quando o Jô Soares era engraçado (embora a gente não entendesse - que pena! - patavina das piadas políticas da dita "redemocratização") e não o escroto que se tornou, e quando o PT ainda era alternativa.

O grande motivo da minha emoção foi o fato de uma história que começou em 1931 (as Reinações de Narizinho, livro que deu origem às aventuras da boneca de pano falante) estar ainda atual, sendo reciclada, porém (aparentemente) sem perder a sua essência, brincando com os mitos e lendas brasileiras, misturando-os com os mais diversos universos, falando um idioma que não a dublagem malfeita dos desenhos-mangá, ou do pato ianque da Disney, mas sim algo que pode até soar como uma reunião antropofágica, não fosse as rusgas do autor com o Modernismo.

Passados 76 anos daquele livro, me apertou o coração em imaginar o "seu" Lobato assistindo TV e se deparando com a sua obra em fins de 2007 sendo ainda divulgada - especialmente na parte "nobre" do horário televisivo infantil -, cativando as crianças de hoje, aquelas mesmas que se vestem como a última loira-do-Tchan, e acabam com seus dedos nos controles de videogames e nos mouses e teclados dos computadores.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

De pé, ó vitimas da (pós) modernidade!


O capitalismo nos animalizou, nos transformou em cães disputando fêmeas e poder num struggle for life onde não se deseja o bem comum, mas a satisfação das necessidades fisiológicas imediatas.

Nossa sociedade fede a bosta. Hipocrisia, burrice, falta de afeto, disputa por poder. Ou seja, os chimpanzés pelo menos são mais felizes, porque eles não escolheram ser assim e não têm consciência nem culpa do que fazem e pelo que fazem, enquanto nós cavamos nossa própria sepultura e, ao invés de transformarmos nossa realidade para algo melhor, algo amoroso, altruísta, companheiro, nos afundamos em coisas, seja a buceta-coisa, seja o carro-coisa.

O que será de nós daqui a algumas décadas? Um "Admirável Mundo Novo" de Huxley, uma sociedade limpa, delírio tecno-fascista onde as raças pré-desenhadas em laboratório, e separadas de acordo com a sua capacidade intelectual, se satisfarão sexualmente entre si mesmas, se drogarão e se divertirão todos os dias, vivendo uma eterna juventude dirigida pelo governo para suprimir os sentimentos, que as transforma em peças da economia de mercado, sem margem para pensar livremente e mudar a sua realidade?

Como dizia o "bom velhinho" há uns 150 anos atrás, o capitalismo conseguiu retirar o véu de romantismo que cobria as profissões, transformando seus executores em meras mercadorias, e, ousando complementar Marx, isso acaba se estendendo à toda sociedade, pois não há mais tempo para o amor, para a compreensão mútua, para a solidariedade e altruísmo, características que nos distinguem dos chimpanzés e cachorros. O tempo agora é do imediato, é do beijo na boca, é o da "rapidinha", é o da "carreira antes, relacionamento depois".

O capitalismo está destruindo o ser humano, e temos que inverter o jogo logo, antes que viremos máquinas, e sintamos saudade (se é que um dia teremos o direito de "sentir") dos longínquos dias de serenatas, de presentes descompomissados, de buquês de flores, ou mesmo de um "oi" sem ter que pagar ou se explicar.

Socialismo é o meio pelo qual o homem pode extrair de si próprio suas mais lindas qualidades, seja a inteligência, a amizade, o amor, a sensualidade, a tolerância.

Hoje se estuda e se prega a tolerância, mas a própria ordem das coisas não é tolerante conosco. Como diz o Gabriel o Pensador, "Aquilo que o mundo me pede não é aquilo que o mundo me dá". Quanto mais expõe-se o ser humano à miséria, mais ele vai procurar seus semelhantes para se unir e tentar achar um culpado. Ao tentar unir-se, nós buscamos nossos semelhantes, seja por cor, religião ou por compartilharem determinadas tradições (nacionalismo).

O "nós é nós e o resto é bosta" é o lado sujo das políticas de valorização étnica. Por isso que o fascismo está retornando no mundo.

Hein?


Segundo a Folha Online, " O cantor espanhol Miguel Bosé prometeu realizar um boicote a shows na Venezuela"; "'Se desejam que eu cante na Venezuela, não votem em Chávez', disse o cantor, segundo o jornal espanhol "El Mundo". O cantor propôs um boicote à Venezuela e afirmou que não fará performances no país enquanto Chávez for presidente". "O cantor Alejandro Sanz, antes mesmo da polêmica atual, teve permissão negada para atuar na Venezuela após críticas contra Chávez".


Quem é Miguel Bosé?

Quem é Alejandro Sanz?

Ficam as perguntas no ar...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Saber envelhecer


"Assim ouvi Gaio Salinator e Espúrio Albino, dois antigos cônsules de minha geração, queixarem-se amargamente de estarem privados dos prazeres sem os quais, supunham, a vida nada mais vale; ou, ainda, de serem agora negligenciados pelos mesmos que os honravam outrora. Escutando-os, eu tinha a impressão de que se enganavam de culpado. Será de fato a idade que devemos incriminar? Nesse caso, eu também deveria padecer dos mesmos inconvenientes, e, comigo, todas as pessoas idosas. Ora, sei de muitos que vivem sua velhice sem jeremiadas, aceitam alegremente estar liberados da carne e são respeitados pelos que os cercam. É portanto ao acráter de cada um, e não à velhice propriamente, que devemos imputar todas essas lamentações. Os velhos inteligentes, agradáveis e divertidos suportam facilmente a velhice, ao passo que a acrimônia, o temperamento triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade".

CÍCERO, Saber envelhecer. 44 a.C.