quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Pelo menos as prostitutas ficam com todo o dinheiro...


O amor do modo como o conhecemos, e como estamos vendo desaparecer, é uma invenção do século XIX. Sendo assim, temos que distinguir o sentimento absoluto, que sempre existiu no homem, da parte circunstancial, histórica. Parte é biológico, e parte é social.

Diversas sociedades, em diferentes épocas, experimentaram conceitos diferentes de amor, seja o dos trovadores medievais, com seus cavaleiros e donzelas em perigo, seja a impossibilidade do amor platônico da Era Romântica (século XIX), seja a poligamia, poligenia (uma mulher com vários "maridos") das sociedades tribais, e, agora, nessa forma que vemos hoje, onde há, em determinada camada da população, uma certa autonomia das partes, onde o desejo de se ter sucesso e reconhecimento profissional faz com que as relações não se mantenham firmes durente muito tempo. A questão da posse do outro, como vemos nas questões de "traição", também é um reflexo dos nossos tempos, onde o cônjuge acha que, ao se casar, comprou uma peça* desprovida de vontade e alma, como se fazia no século 19, e que essa peça lhe devia toda admiração, respeito e subserviência.

Traçando um paralelo, antigamente, quando comprávamos um bem móvel (TV, geladeira, etc), era para durar a vida inteira, e hoje é tudo descartável. As relações entre as "peças" se modificou da mesma maneira. Pessoas se prostituindo para o capitalismo, vendendo seus sentimentos em troca de serem mais um palhaço, um macaco amestrado, no circo dos patrões que cada vez mais enchem sua bunda de dinheiro.

É deprimente ver as pessoas virando coisas, e perdendo o senso de comunidade, de solidariedade, caindo num individualismo doentio. Sendo prático e direto, e para alívio das feministas de plantão, não sou a favor da submissão da mulher, mas sim sou contra a submissão do ser humano ao ser humano por intermédio das ilusões do dinheiro e dos bens materiais.

E isso sim é que é socialismo: é perceber no outro um ser livre para amar, livre para fazer o que quiser da sua vida, mas liberdade que não seja mediada pelo capital.

O capitalismo nos deu uma imensa liberdade: a de escolher de quem seremos escravos. E nessa eterna busca por um melhor "sinhozinho" é que alguns deixam pra trás a possibilidade de outras realizações mais importantes para se matar a trabalhar para sustentar o ócio do patrão.

Ou alguém já viu uma pessoa que tenha ficado rica trabalhando?

* Os escravos eram também chamados de "peça" no Brasil.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Supositórios "Oposição"


O Brasil é um dos poucos - senão o único - países onde a oposição FODE com a nação para tentar voltar ao poder Executivo Federal.

O que aconteceu? Não aprovaram a renovação da CPMF. Ok, esse imposto era uma bosta, mas pensem bem: agora o governo terá que se descabelar pra refazer o orçamento, e isso implicará em mexer nos PAC's, os novos carros-chefes do Lula. Ou seja: SA-BO-TA-GEM.

Só no Brasil você, querido leitor, vê esse tipo de coisa: pornografia federal com direito a alta definição. E o supositório sobra pra quem????

Complemento à postagem, e resposta ao Alain:

O alvo da minha crítica não foi salvar o Lula, nem o governo. A CPMF, como eu mesmo disse, não é lá uma coisa boa, há outros meios de se obter dinheiro que não extraindo-o da população. Mas a grande questão está no fato de que a mesma oposição que inventou esse imposto - e subornou o Congresso para criar a reeleição do Fernando Henrique - quer, agora, tirá-lo - da mesma forma como foram os primeiros a se pronunciarem contra uma possibilidade de uma terceira reeleição, o que também sou contra.
Realmente, o governo se comportou da maneira que o Alain descreveu - gastando com as compras de natal sem saber se teria como bancar o cartão no próximo ano -, mas ainda assim acredito que isso não tira o mérito da minha crítica.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Papai Noel molestador de criancinhas?


Mais uma do "Bom Velhinho": o serviço virtual de Papai Noel da Microsoft para o MSN Messenger deu tilt. O esquema consistia em a pessoa adicionar o ilustre morador do Polo Norte no seu MSN (northpole@live.com, para quem ainda quer fazer seu pedido de Natal) e conversar com um personagem virtual, com um diálogo gerado por computador.

Só que alguém - não se sabe se um sacana ou uma criança inocente - insistiu para que o Pai Natal comesse pizza, quando ele respondeu algo como "Você quer que eu coma o quê?!? É divertido falar sobre sexo oral. Mas eu quero falar sobre outro assunto" (FolhaOnline). Daí foi aquele balancê balancê, e o tio Bill suspendeu o serviço, e diz estar apurando o caso.

Eu pedi uma dissertação de final de ano. E você, o que vai pedir?

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Drops de informação

Eu jogo a bola:

Especialista em assuntos venezuelanos (sim, isso existe!) de uma universidade dos EEUU diz na FolhaOnline, comentando a derrota de Chavez no plebiscito que votava, dentre outras coisas, a sua permanência no cargo presidencial:

"Folha Online - De certo modo, o resultado foi uma derrota no campo político interno, mas para os outros países, provou que a Venezuela tem uma democracia real e não uma ditadura?

Hellinger - Eu espero que sim, que as pessoas entendam isso. Me pergunto que tipo de ditador aceita uma perda de 1% em um referendo."


O Chavez se passa muitas vezes, mas essa mostrou que há tanta democracia na Venezuela quanto há no Brasil de tucanos e petistas, ou nos EEUU de republicanos e democratas (em ambos os casos, os primeiros batendo, e os segundos assoprando, mas não divergindo muito quando o assunto é poder e dinheiro).